Assim que pensei em visitar o norte do Vietname sabia que tinha de incluir um passeio por Halong Bay. Já tinha visto várias fotos e comentários e tinha uma enorme expectativa quanto a este local. Comecei por fazer uma pesquisa por passeios de barco e não foi tarefa fácil escolher um deles, uma vez que existem dezenas de empresas diferentes que fazem mais ou menos os mesmos percursos. Pelo que percebi a diferença são as condições que os barcos oferecem, uma vez que tanto as actividades como os percursos são muito parecidos.

Escolhi então a Sealife Cruise Halong Bay para fazer um cruzeiro de dois dias. Esta empresa tem bons comentários, um custo razoável quando comparado com a restante oferta e pelas fotos parecia ter condições interessantes.

Eu já estava em Halong, pelo que no dia do check in no cruzeiro só tive de pegar na mota, em toda a bagagem e descobrir onde o meu barco iria sair. O primeiro terminal onde cheguei é aquele onde saem todas as carreiras regulares para várias ilhas da baía, tal como Cat Ba, a mais extensa de todas. Como tinha tempo bebi um café e assisti a uma peça de teatro com marionetas que estava a decorrer na água, cuja música me tinha chamado à atenção. Sentei-me uns minutos para tentar perceber a história que parecia envolver a vida dos pescadores da zona. Quando a peça terminou percorri de mota mais uns dois ou três quilómetros para chegar ao terminal dos barcos maiores, como um local me tinha indicado.

Passado uns minutos cheguei ao local onde as empresas de cruzeiros e respectivos barcos estão todas alinhadas, pelo que foi fácil chegar ao balcão do Sealife. Arrumei a mota dentro do escritório como me recomendaram, fiz o check in e à hora combinada entrei num barco pequeno que me iria então levar para o maior onde iria dormir. À medida que me fui aproximando do local onde o cruzeiro estava é que me fui apercebendo do quão espectacular Halong bay é. A água é límpida e as inúmeras rochas que se seguem quase de forma infinita ao nosso olhar, proporcionam uma paisagem de uma beleza arrebatadora.

Quando cheguei ao barco eu e os restantes passageiros fomos recebidos por um staff super simpático que nos deu as boas vindas, com uma chávena de chá verde e uma pequena toalha húmida para nos refrescarmos. De seguida, fomos encaminhados para o restaurante onde um empregado nos explicou todo o programa para os dois dias de cruzeiro, tal como o programa dos passeios. Meia hora depois era já hora de almoço pelo que fui até ao quarto onde já estava a minha bagagem e regressei. O meu quarto tinha uma área muito generosa, com uma enorme cama de casal, uma varanda com mesa e duas cadeiras e uma casa de banho com uma banheira disposta ao longo da janela. Mesmo à filme, relaxar num banho de imersão a ver passar vagarosamente aquelas enormes rochas na água, pensei eu. De relance lembrei-me de uma outra banheira na África do Sul, com vista para a savana

O espaço das refeições do barco é bem simpático, com as mesas dispostas ao longo das enormes janelas que permitem uma visibilidade perfeita para a baía. O almoço foi bom, com uma agradável sopa e outros pratos bastante saborosos.

Logo depois do almoço, foi hora de passeio e de conhecer umas grutas, com a possibilidade de escolha entre fazê-lo num pequeno barco para cinco ou seis pessoas ou então num kaiak. Eu optei pela primeira possibilidade pois tinha muito material fotográfico e não estava preparada para o proteger. E no tal barco lá passei por umas grutas bem baixinhas, onde foi preciso baixar a cabeça e descobri alguns recantos bem bonitos e surpreendentes.

Depois de regressar ao barco, fui participar num workshop de comida, com prova no fim, que serviu para abrir o apetite para o jantar. Tanto esta como as restantes refeições principais tinham sempre a possibilidade de escolha entre pratos diferentes, pelo que pedi como sopa uma canja e o prato principal lagosta e estava tudo delicioso. Antes de dormir ainda estive algum tempo na varanda do meu quarto e foi desta forma que terminei o dia. Em beleza.

No dia seguinte acordei cedo e já estava disponível um pequeno almoço com algumas coisas como iogurte, café, pão e fruta. Petisquei e fui para um barco que me levou a mim e a todos os restantes passageiros para a ilha Cat Ba, a maior de toda a baía de Halong. Uns metros depois de chegarmos ao cais fomos encaminhados para um autocarro para visitarmos o hospital cave que tinha sido utilizado pelos vietnamitas no decorrer da guerra.

Eu adoro história pelo que a visita a este local, assim como toda a informação que o guia que nos acompanhou partilhou connosco fizeram deste passeio uma experiência muitíssimo interessante. Para puderem prestar assistência aos locais feridos os vietnamitas escavaram todo um complexo composto por várias salas no interior de uma gruta. De acordo com o que o guia me disse este local ainda está sob protecção do Ministério da Defesa: “Somos um povo pacífico mas temos noção de que podemos ser ocupados. A nossa localização estratégica é muito boa”.

Saí do hospital a pensar na guerra e em tudo o que já poderá ter acontecido nesta ilha e um pouco em todo o país. Voltei ao barco maior, tomei um brunch, a modos de pequeno almoço reforçado, voltei ao piso superior do barco e foi assim que me despedi daquela paisagem magnífica de enormes rochas pintalgadas de verde. Fiz o check out e já estava na hora de voltar ao cais e novamente à mota.

Gostei imenso da experiência e recomendo. Um cruzeiro na baía de Halong é a melhor forma de estarmos envolvidos pela beleza da paisagem incrível que já foi reconhecida como património da UNESCO.

Obrigada ao Sealife Cruise Halong Bay pelo convite. Como sempre, os meus comentários são independentes.

Dicas práticas para fazer um cruzeiro em Halong Bay

(Se fizer as suas reservas através destes links, não paga mais nada por isso e eu ganho uma pequena comissão, o que é determinante para eu continuar a escrever sobre viagens. Obrigada!).

Como chegar: Hanói e Halong Bay estão separados por cerca de 150 quilómetros, o que equivale a umas duas horas e meia de viagem pelo menos, em média. De acordo com o seu tempo, dinheiro e o que preferir a nível de conforto, pode optar por mota, autocarro local, shuttle, carro com motorista ou avião ou comboio. Se for de comboio terá de apanhar mais um autocarro de seguida, não é direto pelo que consegui perceber.

Eu fui de mota, com o Ricardo e a Maria e as nossas duas mochilas. Fizemos o percurso em seis horas, porque tivemos de fazer várias paragens, para comer, descansar, abastecer. A paisagem é bastante industrial, não é propriamente interessante. Face ao tempo, perigo na estrada e a beleza da paisagem aconselho a optar por uma forma mais rápida de viajar. Se fosse agora teria ido de autocarro, para ser direto a Halong.

Como se deslocar: Pode optar por conhecer a baía de Halong de duas formas. Ou faz um cruzeiro numa das muitas empresas que operam por lá, tal como eu fiz na Sealife Cruise Halong Bay. Gostei do barco, do staff, das atividades que proporcionaram, pelo que recomendo.

A outra forma é utilizar os barcos regulares que existem entre as ilhas, como para a de Cat Ba, que é a maior delas. É nesta ilha que se encontra o hospital que foi escavado em rocha, no decorrer da guerra.

Onde dormir: Se fizer um cruzeiro fica a dormir no barco, se optar por não o fazer tem várias possibilidades na ilha de Cat Ba.

Onde comer: As minhas refeições foram no barco pelo que não conheço nenhum restaurante.

Seguro de viagem: Eu tenho um cartão de saúde que me permite fazer uma extensão para os locais onde eu viajo, por isso normalmente não faço outro seguro. Para quem precise recomendo o da World Nomads, que é amplamente recomendado, tal como acontece com a Lonely Planet.

Consulta do viajante: Já aqui falei da importância da Consulta do Viajante. Todos os destinos e todos os viajantes podem beneficiar de uma consulta do viajante, no entanto, habitualmente, as viagens para países do hemisfério sul são as que mais preocupam. Não se esqueça de procurar um médico desta especialidade e manter-se informado.

Cartão bancário: Em viagem utilizo sempre o Revolut, tenho poupado imenso em taxas e um pouco também no câmbio, quando converto para a moeda que quero utilizar.

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