Um dos pontos importantes de preparação de uma viagem é o dinheiro noutra moeda, sempre que se sai da zona euro. Para mim até há um ano e meio atrás era um pouco mais complicado.

Utilizava lojas de cambio de Lisboa, pedia para trocar no meu banco (BPI e mais recentemente Montepio), levantava muito dinheiro e ia trocando no país onde viajava ou levantava numa caixa multibanco lá fora. Qualquer destas opções incluía sempre taxas e comissões totalmente desnecessárias. Era muito dinheiro perdido, para não falar da preocupação constante com a possibilidade de ser assaltada e ficar sem dinheiro.

Um pouco antes de viajar para a Indonésia ouvi falar de um cartão chamado Revolut. Várias pessoas que viajam frequentemente indicaram-me que era muito prático e que normalmente não implicava o pagamento de nenhuma taxa. Fiquei convencida. Instalei a app no meu telemóvel e pedi o cartão.

O que é o Revolut

O Revolut é um cartão pré-pago multi moeda, uma vez que é possível ter saldo em moedas diferentes. O facto de ser pré-pago significa que é necessário transferir dinheiro antes de o utilizar. Ele normalmente está associado a um cartão de débito/ou crédito da conta do banco “tradicional” e é daí que vai sair o dinheiro. É possível ter vários cartões associados.

Mas também há outras formas de carregar dinheiro no Revolut, como por exemplo MBWAY, transferência nacional ou internacional ou através do envio de dinheiro por outras pessoas que também utilizem o Revolut.

Se depois de regressarmos de uma viagem ainda tivermos saldo no Revolut, podemos transferir novamente para a conta do banco sem custo, utilizar em Portugal ou em alternativa pode ficar lá para uma próxima viagem.

Como funciona o Revolut

Com o cartão Revolut é possível colocar na conta dinheiro diretamente do nosso banco, na nossa moeda, e depois fazer pagamentos em qualquer outra moeda, em qualquer país, sem ter de pagar alguma comissão. O câmbio será o da altura específica em que se fizer a transacao.

Esta é a utilização mais comum, mas o Revolut permite também fazer outras operações tais como enviar e receber transferências em moedas diferentes e levantar dinheiro sem qualquer custo, dependendo do valor. No caso de ser o plano Standard o limite de levantamentos mensal é de 200€ e no Premium é de 400€, que é o que eu tenho neste momento. Em valores superiores ao limite é preciso pagar 2% do valor, o que não é tão elevado se compararmos com os valores “normais”.

O Revolut permite ainda estar associado à conta PayPal, ser utilizado na Uber ou numa outra app similar, na realização de compras online ou em Portugal, em qualquer local que tenha acordo com a rede Visa/MasterCard.

A minha experiencia

Utilizei pela primeira vez na ilha de Java, na Indonésia para fazer um levantamento na moeda local, em rupias. Durante as semanas que lá estive fiz vários levantamentos e pagamentos e correu sempre bem, com exceção de uma ocasião já na ilha de Bali em que um local nunca tinha ouvido falar deste cartão e como pensava que era de crédito tive de pagar uma taxa suplementar.

Nas viagens que tenho feito desde então utilizo sempre o Revolut. Dentro ou fora da Europa (da zona Euro). A minha experiência tem sido bastante boa, o único problema tem sido no Brasil. Este é um país onde viajo frequentemente e em pagamentos não tem sido muito fácil. Este ano estive no nordeste a fazer uma roadtrip entre Recife e Maceió e muitos dos terminais de pagamentos em lojas, hotéis e restaurantes não reconhecem o cartão.

Neste momento em que escrevo este texto encontro-me na África do Sul e tenho utilizado o cartão diariamente (na maior parte das vezes em pagamentos) e ainda não tive nenhum problema. Para poupar um pouco na taxa de câmbio nos levantamentos optei por converter euros para a moeda local. Recomendo a fazerem o mesmo.

Conclusão

Pela minha experiência enquanto viajante, vale mesmo muito a pena utilizar o Revolut. Poupa-se imenso em taxas e um pouco também no câmbio, se convertermos para a moeda que queremos utilizar.

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