Na cidade de Estocolmo, mais precisamente numa das suas 14 ilhas, a Djurgarden, existe algo que é único no mundo. O museu Vasa alberga o único navio de guerra do século XVII do mundo.

Esta é uma das atrações com mais visitantes de toda a escandinávia. Eu adorei! Vamos conhecer um pouco melhor a história deste barco.

Navio de guerra

O Vasa é um navio de guerra que foi construído na cidade de Estocolmo, por ordem do rei da Suécia, Gustavo Adolfo III. E foi o próprio rei que ordenou que o barco tivesse determinados requisitos, como o número de canhões. Era um capricho e a realização de um sonho.

A obra decorreu entre os anos de 1626 e 1628 e envolveu cerca de 400 pessoas. Quem liderou toda a construção foi o holândes Henrik Hybertssone após a sua morte, o seu ajudante Henrik Jacobsson.

Este barco feito de carvalho, tinha 3 mastros, media 69 metros de comprimento e pesava 1200 toneladas. Tinha 64 canhões de bronze que disparavam balas de 11 kg. Este era sem dúvida o maior de todos os navios da Marinha Sueca. O Vasa tinha também uma decoração fantástica com cerca de 700 esculturas pintadas com cores fortes e mais de 200 ornamentos.

O objetivo de construção do barco deveria ter sido a navegação até à Polónia, uma vez que na altura era o inimigo da Suécia.

Viagem inaugural e o naufrágio

No dia 10 de agosto de 1628 o navio de guerra Vasa saiu do porto de Estocolmo. O objetivo era chegar à base de Alvsnabben para o embarque de 300 soldados.

Logo na entrada do porto levantou-se uma rajada de vento, tendo-se o barco inclinado mas voltado a endireitar. Mas quando ocorreu uma segunda rajada de vento, o barco não resisitiu e inclinou-se totalmente para um dos lados. Tinha apenas percorrido 1300 metros e as velas não chegaram a desfraldar.

A água entrou pelos locais onde se encontravam os canhões e o barco afundou. Calcula-se que estivessem nessa altura entre 30 a 50 tripulantes a bordo.

Sabe-se que as dimensões estabelecidas inicialmente para o barco foram alteradas já quando se encontrava em construção. O facto de o rei querer mais canhões do que estava previsto, fez com que a configuração fosse alterada e que ficasse desequilbrado.

Como consequência deste acidente foi organizado um inquérito, mas ninguém foi condenado. Os construtores indicaram que seguiram ordens dadas pelo própio rei…

A recuperação

Logo 3 dias depois do naufrágio ocorreram as primeiras tentativas para encontrar o Vasa. Mas com a tecnologia da época foi impossível.

Só muitos anos depois, no século XX é que aconteceu. O investigador sueco Anders Franzén depois de anos de pesquisa, encontrou o Vasa. Ele sabia que devido ao baixo teor de sal no mar Báltico o Vasa tinha boas hipóteses de ainda estar em boas condições.

Em 1956 Anders descobriu-o e após alguns anos de preparação conseguiu com que o Vasa voltasse à superfície. A 24 de abril de 1961, 333 anos depois de ser afundado, o barco voltou à superfície. O casco estava intacto mas existiam mais de 13500 fragmentos soltos.

Uma vez que teve imerso tantos anos teve de ser cuidadosamente preservado. De início o Vasa foi salpicado com água e mais tarde conservado com a ajuda de polietileno glicol. Este polímero penetra lentamente na madeira, substituindo a água.

Depois de 17 anos de rigorosas operações de conservação, abriu o museu mais popular da cidade, em 1990. É aqui que o Vasa se encontra.

A manutenção do barco continua de forma permanente.

O que ver no Vasa

Visitar o Vasa no museu que o alberga é como se fossemos transportados para o século XVII. Permite perceber um pouco melhor a história de Estocolmo e da Suécia e não só do barco.

Destaco dois pormenores do barco

Leão da proa

O rei Gustavo Adolfo III que ordenou a construção do Vasa era conhecido por Leão do Norte. Assim sendo, para a figura na proa foi escolhido um leão. Esta peça tem 4 metros e pesa 450 kg.

Popa

Esta parte era grandiosa e apenas reservada aos principais oficiais. Ficou muito danificada mas foi cuidadosamente restaurada.

Super interessante de visitar são os modelos em tamanho real da cabina do Almirante e do convés superior dos canhões.

17 respostas

  1. Henrick era um nome popular na época!!! Brincadeiras a parte, gente, que incrível!!! Obrigada por compartilhar. Eu não sabia sobre o navio e toda sua história! Parabéns pelo post 😉

  2. Não é qualquer país que investe 17 anos para recuperar um barco. Deve ter custado uma fortuna. Não tirou uma foto do tal leão da proa? Fiquei curiosa

  3. Uau, que interessante! Pretendo visitar a Escandinávia no ano que vem e já coloquei esse museu na minha lista de coisas para fazer por lá. Valeu por compartilhar a dica! Abs

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