Marraquexe deu nome a Marrocos. Localiza-se na zona norte do Atlas, a maior cadeia montanhosa do continente africano. É uma das mais emblemáticas capitais do Antigo Império Marroquino.

Fernando Pessoa referiu a impressão que teve da cidade: “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”. Em mim ficou completamente entranhada… Confesso. Sou totalmente apaixonada por esta cidade. Vamos então conhecê-la melhor.

A cidade de Marraquexe foi fundada em 1062 pelos Almorávidas do Saara. Os almorávidas eram monges-guerreiros provenientes do deserto do Saara. Eles construiram várias mesquitas e madersa, tornando Marraquexe um importante centro de comércio.

Foram contratados artesãos de Córdoba e Sevilha para a decoração de alguns palácios, foi construída a muralha à volta da cidade e instalado um sistema de canais de irrigação subterrâneos. Nesta altura foi construída a Mesquita Ben Youssef, a primeira de Marraquexe.

A muralha que ainda hoje existe tem um perímetro de 19 km, aproximadamente 2 metros de largura e até 9 metros de altura. Tem uma cor avermelhada como o resto da cidade. Existem mais de uma dezena de portas na muralha, sendo uma das mais bonitas a Bab Agnou. O nome vem do berbere “carneiro negro sem chifres” e a fachada é impressionante.

No ano de 1147 Marraquexe foi tomada pelos Almóadas, uma força religiosa e militar berbere. Foi neste período que foi construída a mesquita Koutoubia, uma obra prima de arquitetura mourisca. O seu minarete com 70 metros de altura serviu de inspiração para a Giralda de Sevilha e para a torre Hassan de Rabat.

No século XVI, depois de um período de estagnação, Marraquexe revigorou com a chegada dos Sádidas. Os seus túmulos são um dos melhores exemplos da verdadeira arte islâmica. Desta época auréa existe também a medersa (escola do corão) Ben Youseef e o luxuoso Palácio el-Badi.

Já mais próximo da nosso século, e depois de ultrapassados vários conflitos, a cidade abraçou a modernidade com a criação do elegante bairro do Gueliz. Pode ser interessante conhecer esta zona nova, mas sem dúvida alguma que o mais fascinante é a cidade antiga que se encontra muralhada. É a medina.

Foi declarada património mundial da UNESCO em 1985.

No interior da medina encontra-se a mesquita Koutoubia e a Kasbah, a incrível praça Jemaa el-Fna, os vários souks (mercados) e a mellah (bairro judaico).

Os souks encontram-se organizados de acordo com o tipo de produtos que são vendidos. Existem os dos instrumentos e cordas, jarros, do bronze e cobre, metal, da cestaria e madeira, dos chinelos e cintos, da joalharia, dos artigos de pele, tapetes, da pele de cabra ou dos tintureiros.

Numa viagem a Marraquexe percorra lentamente, ao final do dia, a muralha avermelhada da medina. Nesta altura do dia é quando a cor é mais bonita.

Depois entre para a medina e com tempo, vagueie pelas ruas labirínticas. É uma experiência única. Sons, cheiros, cores, é uma verdadeiro apelo a todos os sentidos. Regateie e faça umas compras. Aprecie estar num local tão antigo, com tanta história e tradições.

Depois perceba para onde a maior parte das pessoas se desloca e acompanhe-as. Vão para a praça Jemaa el-Fna. (Pode também sempe espreitar a Koutoubia, que está mesmo ao lado e é uma excelente referência).

Escolha um dos restaurantes ou cafés com vista para a praça e desfrute deste maravilhoso espetáculo. Veja a mudança de atividade ao longo do dia.

Esta praça é dos locais mais fascinantes onde já estive. Será a próxima história…

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