O ponto mais a sul da África do Sul e de todo o continente africano é o Cabo Agulhas. Localiza-se a aproximadamente 2h30 da Cidade do Cabo e a 1h40 de Hermanus, que foi de onde eu parti. A viagem é quase sempre de grandes retas, com pouquíssimos carros. Fiquei por isso com a sensação de que é um local onde não vão muitas pessoas. Penso que a grande maioria sai da Cidade do Cabo direta para Hermanus e a famosa Garden Route. Mas vale mesmo a pena fazer um desvio e ir até aqui.

Cabo Agulhas, o ponto mais a sul de África
Entrada em L´Agulhas

Ao chegar a L´Agulhas senti que estava num sítio um pouco desolador, afastado de tudo. Depois da placa que anuncia a entrada na povoação, a estrada leva-nos a um belíssimo caminho junto à costa, onde existem pedras que não são parecidas a nada que eu tenha visto antes. Umas são castanhas, outras mais claras e todas elas parecem que foram “cortadas”, é incrível. Nesta zona há piscinas naturais, um parque infantil e muitos pássaros.

Parque Nacional Agulhas

Se nos afastarmos um pouco do centro da povoação, entramos no Parque Nacional Agulhas, que tem uma extensão aproximada de 20.000 hectares.

O farol

A primeira coisa que se avista é o farol, um dos mais antigos de toda a África do Sul. É uma estrutura imponente que se vê de qualquer lugar de L´Agulhas e que faz pensar em tantos barcos que deve ter vindo a ajudar nestas centenas de anos.

O Cabo Agulhas

A uma curta caminhada a pé desde o farol, chegamos a um marco que assinala o ponto mais a sul de África. É o Cabo Agulhas, que deve o seu nome ao facto de quando os navegadores portugueses aqui chegaram, terem visto que a bússola neste ponto estava “direitinha”, totalmente orientada com o eixo norte-sul.

A junção dos oceanos

Este Cabo não era fácil de passar de barco e houve muitos casos de naufrágios por aqui, o que está na origem de uma zona chamada de Cemitério de Navios. É que além de ser o ponto mais a sul de África, o Cabo Agulhas é também o exato local onde as águas frias do oceano Atlântico e as quentes do Índico se encontram. E isto pode criar condições de navegação verdadeiramente difíceis de ultrapassar.

Quando eu aqui estive reparei que o mar não era muito mais agitado quando comparado com outras povoações costeiras. Confesso que tinha imensa curiosidade em perceber se a junção das águas se notava de alguma forma, mas não vi nada disso. Pelo que já li no inverno o cenário é bem diferente, com as águas muito mais agitadas.

O marco que assinala a divisão dos oceanos tem à sua frente, se virarmos para terra, um enorme monumento. Aqui vemos o mapa de África em 3D, no pavimento, com a identificação da localização do Cabo Agulhas e ao redor do mapa os quatro pontos cardeais. Não restam dúvidas, estamos mesmo na ponta do continente.

Obrigada ao Cape Agulhas Backpackers pelo convite. Como sempre, os meus comentários são independentes.


Dicas para ir até L´Agulhas

(Se fizer as suas reservas através destes links, não paga mais nada por isso e eu ganho uma pequena comissão, o que é determinante para eu continuar a escrever sobre viagens. Obrigada!).

Como chegar: Agulhas localiza-se a 220 quilómetros da Cidade do Cabo, o que significa quase três horas de carro aproximadamente. Eu saí de Hermanus e foi uma viagem de duas horas. Recomendo a utilização de carro próprio, por tudo o que pesquisei e em algumas conversas com meia dúzia de locais percebi que transportes públicos não são uma boa solução. Eu aluguei com a Bidvest e correu tudo bem.

Cabo Agulhas, o ponto mais a sul de África

Onde dormir: Eu fiquei no Cape Agulhas Backpackers, gostei, portanto recomendo. O alojamento localiza-se em Struisbaai a onze minutos do Cabo das Agulhas. Tem cozinha e uma enorme zona social com uma agradável lareira. Se a estadia for numa altura de calor pode também usufruir da piscina. Não foi o meu caso, estava frio!

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Onde comer: Jantei num local muito perto do meu alojamento, mas não foi muito bom, pelo que não recomendo. No dia seguinte ao almoço a experiência já foi um pouco melhor no Suidpunt Potpourri.

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