A bagagem que levo em viagem tem mudado imenso nos últimos anos, principalmente por duas razões. Por um lado viajo regularmente há 20 anos e tenho aprendido com cada mala que tenho feito. Ando com cada vez menos coisas.
Por outro lado agora a minha vida é produzir conteúdo sobre viagens, o que acarreta andar sempre com material que antes não era necessário. Ando sempre com muito mais material eletrónico, como máquina fotográfica, GoPro, drone e na maior parte das vezes computador. Bem como todos os acessórios deste material, tais como carregadores, baterias, adaptadores, objetivas e lentes.
1 – Escolher a mala/mochila certa
Eu utilizei mochila às costas durante muitos anos até à altura em que engravidei e senti necessidade de aligeirar o meu esforço. A necessidade de mudança surgiu também quando a minha filha começou a acompanhar-me nas viagens com apenas dois meses de vida e senti que a minha bagagem e o meu tipo de viagem iria mudar um pouco. Além do carrinho de bebé tive de passar a viajar com muitos mais coisas, tais como fraldas, papa, brinquedos, por vezes até alguma comida e por outro lado as viagens iam começar a ter um ritmo mais lento. Por tudo isto optei por passar a usar mala de rodinhas que são práticas e leves, que me iriam permitir andar com mais coisas e estavam mais alinhadas com a mobilidade que eu já calculava que iria ter.

Regra geral andava sempre com duas (uma de cabine e outra de porão). A mala de porão servia para colocar toda a roupa, calçado e produtos de higiene para nós os três. Quando fazia a mala já sabia que era com este espaço que podia contar. Procurava também deixar sempre algum espaço para eventuais compras durante a viagem, pois gosto de trazer artesanato.
Relativamente aos produtos de higiene sempre que possível tentava levar doses mais pequenas (não os frasco cheios) para poupar espaço. Se for necessário mais é sempre possível comprar. A única exceção é dos produtos da minha filha que levava sempre de casa para toda a viagem.
Na mala de mão iam todos os materiais electrónicos. Por uma questão de valor, fragilidade e de segurança (baterias de lítio).
Interior de mala de porão Material fotográfico
Mas o tempo passou, tenho feito cada vez mais viagens, a minha filha cresceu e as suas necessidades mudaram, as viagens tornaram-se mais próximas das que eu fazia antes dela nascer, por isso tenho levado cada vez menos coisas. Nos últimos dois anos voltei à mochila 🙂
2 – Ver sempre a previsão do tempo que vai estar no destino
Antes de fazer a mala/mochila a primeira coisa que faço é pesquisar sobre a sensação térmica no destino para onde vou viajar. Já cometi alguns erros, portanto agora dou sempre muita atenção a este aspeto. Ver apenas a temperatura não chega, porque a humidade relativa ou o vento por exemplo pode transformar uma temperatura de 20 em 15ºC ou em 25ºC, o que são valores bem diferentes.
Por vezes a amplitude térmica entre dia e noite também é relevante, bem como mudanças de tempo entre vários dias de viagem, sobretudo em estadias mais longas.
3 – Levar roupa apenas para 7 dias
Nos primeiros anos em que viajei cometia o erro de levar roupa a contar com toda a duração da viagem. Hoje em dia independentemente do tempo que vá viajar, levo apenas roupa para uma semana. É muito fácil arranjar um local para lavar e secar a nossa roupa em qualquer lado do mundo, nunca tive dificuldade. Em último caso há sempre água e sabão 😉 E desta forma vou muito mais leve.
Na viagem de seis semanas que fiz ao Vietname levei uma mochila de 60 litros onde estava toda a minha bagagem e da minha filha e também todo o meu equipamento fotográfico. Neste vídeo abaixo podem ver-me a falar sobre essa viagem e essa mochila com o responsável do grupo Viajantes Minimalistas do Facebook.

4 – Levar no avião as roupas mais quentes e pesadas
Apesar de levar apenas roupa para sete dias, sou cautelosa, e levo sempre umas calças, uma camisola quente e uma echarpe, para qualquer surpresa que haja. Para não pesar na mala/mochila, levo esta roupa sempre à mão no avião.
5 – Escolher peças (de cor neutra) que se possam conjugar entre si
Em viagem gosto de estar o mais prática possível, porque ando muito a pé e de transportes públicos. Mas claro que apesar disso gosto de estar bonita e de ter peças a condizer! Para facilitar este processo, quando separo as minhas peças para levar em viagem, tenho em atenção as cores e se combinam entre si.
Escolher as peças de cor neutra, sem padrões, facilita imenso o processo. Calças de ganga lisas por exemplo, combinam com qualquer cor de t-shirt, quer seja branco, vermelho ou azul. Normalmente eu levo nos mesmos tons para facilitar a escolha do calçado e de camisolas se o tempo estiver frio.
6 – Levar sempre fato de banho, chinelos e óculos de sol
Já aprendi que devemos levar sempre fato de banho, porque pode haver oportunidade de ir dar um mergulho numa praia ou piscina que não estamos a contar. É uma peça tão pequena que não custa mesmo nada. Recentemente descobri a Closet Aapparel que tem fatos de banho giríssimos e é um deles que tenho usado.

Além do fato de banho, levo sempre as minhas havainas. Uso há anos esta marca, acho que são os melhores chinelos do mundo! Adaptam-se muito bem à praia, piscina, passeios a pé se o clima for propício e para utilizar no quarto. Na minha bagagem andam também sempre os meus óculos de sol, sou incapaz de sair de casa ser eles.

Quando vou para um destino de praia/piscina normalmente levo também uma toalha de praia pequena e muito leve que adoro, da Tesalate, e um pano que comprei no Brasil. Há muitos hotéis que não dão toalhas ou que exigem pagamento. Também já me foram úteis em hosteis onde nem sequer havia toalhas.
Toalha de banho Tesalate e pano
7 – Utilizar organizadores de viagem
Eu sou uma pessoa muito organizada. A minha mala/mochila de viagem está sempre ordenada, é muito mais fácil de encontrar o que pretendo se souber exatamente onde as coisas estão. Recentemente descobri os organizadores da Bavel que encaixam que nem uma luva. Ajudam a separar a minha roupa, calçado e produtos de higiene na mala/mochila, mantendo-os sempre organizados e têm também uma outra enorme vantagem na minha opinião.
Os primeiros organizadores que tive foram os brancos, que acabaram por ficar para o meu marido (que também percebeu que dão muito jeito) e tenho agora os com fundo azul com flamingos que são utilizados para a minha roupa e a da minha filha. Toda a família usa.
Uma das coisas que tinha sentido falta nos organizadores brancos, mais antigos, era que um deles tivesse espaço suficiente para os produtos de higiene, mas agora com a nova coleção azul já existe o necessáire (que se encontra no topo dos organizadores na foto abaixo).
Quando chego a um hotel mesmo que apenas lá fique a dormir uma noite, preciso de retirar alguns produtos da mala/mochila. O pijama, a roupa lavada do dia seguinte ou a escova de dentes por exemplo. Para procurar o que preciso é só tirar os organizadores para cima da cama e tiro o que preciso. Para voltar a colocar tudo na mala/mochila é muito simples, é só guardar nos organizadores e está a mala/mochila arrumada novamente. Se estou num hotel várias noites, retiro os organizadores para o armário ou uma bancada e já está tudo à mão. Adoro e uso sempre, quer seja numa viagem de fim de semana ou de um mês.
8 – Optimizar os espaços
Ao colocar os organizadores na mala/mochila é preciso ter atenção à sua disposição, para aproveitar ao máximo todo o espaço da mala. Normalmente coloco os que têm a roupa primeiro e depois nos intervalos, os organizadores com o calcado, os chinelos e algumas coisas soltas que possa levar como pequenas embalagens de frutos secos, secador de cabelo ou outros objetos soltos.
Ultimamente tenho ficado em apartamentos e em muitos deles não há secador de cabelo, por isso tenho colocado na mala/mochila de viagem.
9 – Escolher produtos de higiene/beleza que realmente sejam necessários e na quantidade adequada
Os produtos de higiene/beleza são normalmente bastante pesados. É possível “poupar” espaço e peso da mala/mochila levando por exemplo embalagens de champô e gel de banho com quantidades adequadas ao tempo de viagem ou em último caso adquirindo no destino. Os produtos de higiene comuns podem ser comprados em qualquer parte do mundo.
10 – Levar sempre uma pequena “farmácia”
Quase todas as viagens que faço são em família, com a minha filha de cinco anos. Se antes andava apenas com “benuron”, agora tenho sempre uma malinha com uma pequena farmácia, com alguns produtos que a Maria pode precisar. Um anti-flamatório, anti-pirético, repelente, pomada para as picadas, pensos rápidos, soro e toalhitas que dão jeito para quase tudo!
Além da bagagem normal levo sempre comigo uma mochila pequena, com que ando diariamente em viagem. Aqui transporto o material fotográfico, boné, água, mapa, alguma comida, carteira, esse tipo de coisas. Tenho estado a usar uma mochila da Quechua que é bastante prática, confortável e bonita claro!
Obrigada à Bavel pelos organizadores, pelo necessáire e pela mochila, à Tesalate pela toalha de banho, à Closet Aapparel pelo fato de banho e à Decathlon pela mochila (da Quechua). Apesar destas marcas me terem disponibilizado os seus produtos, neste artigo fui totalmente honesta. Mostrei o que realmente utilizo cada vez que viajo e partilhei a minha opinião. Só colaboro com marcas com as quais verdadeiramente me identifico.
Sabiam que já estive no Programa da Cristina a dar umas dicas sobre como fazer uma mala de viagem?